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Grupo SOS Paraná recebe apoio da UNESP e dados de pesquisa acadêmica podem engrossar processos contra Sanesul

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      Aparecida do Taboado (MS) – Na manhã de ontem, quarta-feira (10), membros da comissão SOS Paraná se reuniram na Pousada São Matheus onde recepcionaram comitiva de docentes e alunos da UNESP Ilha Solteira e grupo de navegadores que estão apoiando o movimento contra o local onde foi escolhido para instalação do novo emissário de esgoto da Sanesul, às margens da represa do Rio Paraná, considerada área turística do município.

      Discentes e docentes da Universidade iniciaram na quarta-feira uma pesquisa acadêmica que vai avaliar, através de parâmetros científicos, o índice de qualidade da água e identificar possíveis índices de contaminação na área onde é hoje o atual emissario do esgoto, no córrego Rondinha e também nas águas da represa.

    “O que aconteceu aqui hoje é que foi instalado um evento de políticas públicas, onde a sociedade civil organizada sensibilizou o setor público estadual de São Paulo (UNESP), representado por 3 discentes e 3 docentes que iniciarão um trabalho de dissertação de mestrado que alimentará os processos que correm a nível estadual e federal acerca do lançamento do novo emissário da ETE de Aparecida do Taboado”, explicou a mobilizadora Dra. Leila Mussi, integrante da comissão SOS Paraná e uma das líderes do movimento.

    Segundo Leila, durante a pesquisa serão coletadas várias amostras que serão submetidas à análise de dados, cujo resultado será anexado aos processos que já tramitam no Ministério Público Estadual de MS e na Justiça Federal.

    De acordo com a aluna Natasha Ulhiana F. Ribeiro, que participa do Programa de Pós Graduação de Engenharia da Unesp e será a autora da dissertação, sob coordenação do professor Dr. Sérgio Luis de Carvalho, do departamento de Biologia e Zootecnia da Unesp, o trabalho científico funcionará como um marco zero nesse âmbito e fará a análise de 40 amostras coletadas ao longo de 10 meses, “nós vamos aliar dados acadêmicos e científicos com um problema real enfrentado não só por uma comunidade, mas toda uma região”, enfatizou ela.

    Dra. Leila acredita que esse apoio será fundamental para o grupo SOS Paraná e vem somar esforços na luta por essa causa que ela intitula como ‘caso de saúde pública’. Ela aproveitou para agradecer a participação e colaboração de todos os membros da comissão SOS Paraná, dos professores e alunos da Unesp, em especial do professor Marcos Chiquiteli, que também é vice-presidente da Associação Náutica de Ilha Solteira-SP, dos ribeirinhos, rancheiros e velejadores que estiveram presentes e estão apoiando o movimento.

    O grupo SOS Paraná nasceu a partir do movimento encampado por grande parte da população aparecidense e regional contra o local onde estava sendo instalado o emissário de esgoto pela Sanesul considerado de grande relevância turística e econômica não só para Aparecida do Taboado, mas para toda a região. O grupo ressalta que não é contra a ampliação da ETE, mas contra o local onde o emissário será instalado e questiona a qualidade do tratamento feito pela empresa SANESUL, conforme documentos já em posse das autoridades.

    Entre muitas ações, ao longo desse período, o grupo SOS Paraná protagonizou importante audiência pública convocada pela Câmara Municipal a respeito do tema, uma mobilização na Ponte Rodoferroviária, participação em Audiência Pública na Assembleia Legislativa e vários movimentos para sensibilizar a sociedade civil organizada, os poderes públicos e o setor privado., “existem dados novos a serem tramitados nos órgãos públicos competentes que poderão, por sua vez, capilarizar outros responsáveis públicos que se omitiram de dados fatídicos e reais e que hoje apoiam essa obra desastrosa para o turismo, meio ambiente e saúde pública, pois, uma área de balneabilidade não pode ser uma área de lançamento de esgotos”, finaliza Leila.

 

 

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