Artigo de Opinião: APONTAMENTOS SOBRE O DOCUMENTÁRIO “ENTRE RIOS, PEQUENOS MUNDOS E AGUACEIROS”

2 minutos de leitura
Fantástico documentário! Verdadeira obra-prima de asserção sobre a consciência ambiental.

Moysés Chama traduz, mais uma vez, esse olhar de amor, carinho e cuidado para com as coisas que lhe são tão caras, mostrando de fato o que realmente tem valor. Preservador nato de memórias afetivas significativas para a construção de um ser humano completo e complexo.

Costura uma narrativa de protesto sem atacar ninguém, discorre sobre grandes falhas da humanidade, emoldurando uma tratativa de esperança para a capacidade de evoluirmos, principalmente, para o que é essencial: o trabalho, com a geração de emprego e renda; a beleza, capitada pelos nossos olhos e que nos enche de sensações de paz e acolhimento; a água, fonte primordial para a manutenção de todas as formas de vida.

O documentário apresenta ainda uma paleta de cores e fotografias maravilhosas do nosso maior cartão postal. Transborda uma sutileza ao se expressar para assuntos tão complexos e traz à tona o poder da comunicação para conscientizar todas as esferas no tocante ao seu papel no mundo.

A narrativa poética com traços dramáticos/sérios, excepcionalmente bem escrita por Wadna Salles no poema “Leviatã”, imprime uma originalidade singular a esta obra; lembrando um emaranhado de fatos históricos e míticos, que causam revolta e sutileza. A energia trazida pela atriz Lua Nascimento é outro ponto a ser destacado. A interpretação traz veracidade a revolta expressa no belíssimo poema.

Belíssimo é também o poema “Profunda e Sublime”, irretocavelmente interpretado pela experiente atriz Conceição Mendonça, que em cada gesto e verso declamado embala o coração de quem assiste ao documentário.

A trilha sonora composta por Priscilla Cardoso completa a obra de uma maneira fenomenal, tanto no protesto que dá o tom da marcha e da luta, como na doçura e no amor romântico refletidos em toda inspiração que esse rio nos traz.

A coreografia elaborada por Eduardo Araújo, encenada por ele e pela dançarina Shirley Silva, traz movimentos harmoniosos, comunica de uma forma distinta a alegria, a paixão, o amor, e impacta de diferentes maneiras, a pensar em inúmeras celebrações e amores que se consumaram às margens do rio.

Depois que se termina de ver este documentário, que enche de orgulho os filhos destas terras que permeiam o rio, ou até mesmo, forasteiros como eu, que já se apropria do “Nosso Rio” para falar com os conterrâneos, se torna impossível não traçar um comparativo entre o rio, o título e os autores desta obra.

Entre os Rios nascem gigantes da direção artística, da dramaturgia, da literatura, da música, da dança; Pequenos Mundos que se unem para construir e deixar um legado; Aguaceiro de conscientização e amor pelo que faz.
 São de tirar o fôlego esses Aparecidenses!
Parabéns!!!
Por Francielle Stein Seidl – Jornalista

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Mais Recente de Blog